Programa de Pós-graduação em Ciências, Tecnologias e Inclusão (PGCTIn) – Doutorado Acadêmico

Teses defendidas

Egressos
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Titulo e Resumo
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Dra. Graziela Ferreira Guarda
(2022)
UM FRAMEWORK PEDAGÓGICO DESPLUGADO PARA A PRÁTICA DAS HABILIDADES DO PENSAMENTO COMPUTACIONAL NO ENSINO FUNDAMENTAL
Resumo: O Brasil tem avançado notoriamente na formulação de políticas públicas no que tange a integração do Pensamento Computacional (PC) na Educação Básica. No entanto, não temos ainda, diretrizes acerca de como realizar essa possível implementação. Esse cenário abre lacunas, dentre elas se pode destacar: a ausência de formação continuada docente e consequentemente o despreparo deles para desenvolver o Pensamento Computacional em sala de aula, a baixa quantidade de licenciados em Informática no Brasil e a ausência de infraestrutura nas escolas. Nessa direção, a presente tese apresentará um Framework Pedagógico sobre os quatro pilares do Pensamento Computacional para professores do Ensino Fundamental (Anos Iniciais) com o intuito de capacitá-los quanto aos conceitos e aplicações práticas dos quatro pilares do PC buscando identificar dificuldades e barreiras no aprendizado, bem como a possibilidade de os docentes realizarem a transposição didática usando o framework pedagógico. O projeto do Framework usou a abordagem bottom-up para mapear o domínio do conhecimento, viabilizado pela realização de cursos de formação continuada que foi ofertado em duas modalidades: presencial como etapa preliminar de validação dos instrumentos pedagógicos e on-line usando plataforma de Massive Open Online Course (MOOC). A análise de dados foi desenvolvida empregando metodologia mista, quali-qualitativa de caráter exploratória e descritiva. Capacitamos 214 cursistas de variados segmentos educacionais, sendo a grande maioria da rede pública de ensino. Os resultados evidenciaram que o Framework Pedagógico apresentado é adequado para uma possível implementação do Pensamento Computacional nas escolas e em paralelo, que a estrutura pedagógica do nosso curso em formato MOOC pode ser ampliada em larga escala uma vez que a aquisição dos conteúdos ocorreu de forma satisfatória. Por último, foi possível identificar que os docentes conseguiram realizar a transposição didática com autonomia e qualidade desejada.
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Dra. Claudiane Figueiredo Ribeiro (2023)
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OS DESAFIOS DA PRÁTICA INCLUSIVA DO PENSAMENTO COMPUTACIONAL NO ENSINO TÉCNICO
Resumo: A formação continuada docente tecnológica é necessária para acompanhar os avanços educacionais mais atuais. A pesquisa propôs a construção de um Ecossistema de Aprendizagem, apoiado por Arquiteturas Pedagógicas, com o enfoque na formação continuada de docentes da Educação Básica e do Ensino Técnico, através do curso “A abordagem do Pensamento Computacional na Educação Inclusiva”, envolvendo o Pensamento Computacional aplicado em atividades escolares inclusivas. Para tanto, constituiu-se um ambiente on-line, com o objetivo de desenvolver propostas pedagógicas usando os pilares do PC para pessoas com deficiência. A metodologia aplicada foi quantitativa e qualitativa, de carácter exploratório, fundamentada na Design-Based Research, dividida em três fases, estudo preliminar, período exploratório e fase final. Os estudos preliminares foram realizados para reconhecimento das reais necessidades do campo de trabalho, com a revisão de literatura; o período exploratório contou com a realização de dez encontros on-line por meio de videochamadas, aplicativos multiplataforma de mensagens instantânea e por chamadas de voz, atendendo aos objetivos exploratórios. O curso contou com uma carga horária de 30 horas, sendo oferecidas 30 vagas, com atividades síncronas e assíncronas. A realização de seis encontros síncronos, um ciclo de palestras, no qual os participantes tiveram acesso às teorias e conceitos de Pensamento Computacional; Ecossistemas de aprendizagem e inclusão; Plano Educacional Individualizado; Quatro pilares do Pensamento Computacional; Recursos Educacionais Abertos e Arquiteturas Pedagógicas inclusivas. Durante o sétimo e o oitavo encontros realizaram-se debates de ideias inclusivas usando o Pensamento Computacional, e nos dois últimos encontros puderam fazer uma exposição das ideias através de mapas mentais e o trabalho final do curso. Dessa forma conduziu-se a pilotagem, a elaboração, a revisão e a melhora progressiva das propostas, realizada através dos ciclos iterativos de conversação sobre as práticas pedagógicas; atendendo ao objetivo descritivo, a fase final do estudo deu-se a análise dos dados dos pré-teste e pós-teste, sendo analisadas as perguntas fechadas e abertas. Os mapas mentais e as propostas pedagógicas foram objeto de análise do discurso. Os resultados mostraram que o Ecossistema de Aprendizagem constituído propiciou o aprendizado do Pensamento Computacional, no contexto educacional inclusivo. Também, que há uma real necessidade de se investir na formação continuada docente, na divulgação do Pensamento Computacional, possibilitando a formação de um ecossistema de aprendizagem para novas elaborações da prática educacional em cooperação, não só para o Ensino Técnico, mas estendendo-se para toda a Educação Básica atendendo ao paradigma da inclusão e de legislações mais atuais usando o Pensamento Computacional
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Dra. Alessandra Teles Sirvinskas Ferreira (2023)
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CIÊNCIAS SOB TENDAS ACESSÍVEL PARA SURDOS
Resumo; O projeto Ciências Sob Tendas da Universidade Federal Fluminense, apresenta-se como um centro de ciências itinerante, com o objetivo de levar exposições interativas até o público em espaços não formais de educação. O Ciências Sob Tendas trabalha com mediadores que, geralmente, são alunos de graduação e pós-graduação, voluntários e nem sempre sabem Língua Brasileira de Sinais. Além disso, devido às limitações orçamentárias, não há a possibilidade de contratar, regularmente, um intérprete de Libras. A política da inclusão (Lei nº 13.146/2015) preconiza que os ambientes culturais devem ter um formato acessível promovendo igualdade de oportunidade à pessoa com deficiência. Desta forma, o objetivo desta pesquisa foi o de promover e analisar a eficácia de uma estratégia de acessibilidade a indivíduos surdos para centro de ciências itinerantes. Para isso, realizamos registro, em vídeos e fotos, das atividades oferecidas pelo Ciências Sob Tendas, pesquisamos os sinais existentes das terminologias específicas da área científica, elaboramos vídeos guias em Língua Brasileira de Sinais e validamos os vídeos acessíveis com o público surdo. Disponibilizamos o material em tablets acessível por QR Code nos eventos do Ciências Sob Tendas e analisamos a qualidade do material através de um questionário de avaliação elaborado no Google Forms. Por fim, realizamos um grupo focal por lembrança estimulada, com o objetivo de analisar se os vídeos em Língua Brasileira de Sinais estimularam a interatividade dos visitantes surdos. Como resultado identificamos uma escassez de sinais-termos investigados e uma falta de padronização daqueles que estão disponíveis e em uso. A avaliação do público surdo nos mostrou a importância de utilizar diferentes estratégias que facilitem a compreensão da explicação devido à escassez de sinais e porque há, na Língua Brasileira de Sinais, variações linguísticas e diferentes níveis de aquisição linguística. A partir das sugestões dos surdos e dos modelos de guias audiovisuais encontrados, definimos um padrão básico: filmagem com chroma key; vídeos com legendas; uso de caixa alta na legenda de palavras para as quais for feita a datilologia; imagens ilustrativas inseridas ao lado do intérprete ou intercalando a imagem e o intérprete; uso com abundância da descrição imagética e classificadores; uso de cores de fundo que favoreçam a visualização da interpretação pelo surdo e também pelo surdocego, sendo as mais aceitas a azul, a verde, a preta e a branca. Durante a aplicação presencial e da realização do grupo focal os dados revelaram boa aceitação dos vídeos guias. Os vídeos, junto às atividades lúdicas e interativas, contribuíram para estimular as formas de interatividade da divulgação científica: Hands-on, Minds-on, Hearts-on, Explainers-on e o Social-on. Verificamos que esta interatividade despertou o interesse, a curiosidade e contribuiu para a compreensão dos assuntos abordados. Concluímos que há necessidade de desenvolver unidade e troca entre os pesquisadores que desenvolvem e registram termos científicos para que haja maior padronização e um ambiente virtual de fácil busca desses termos. Concluímos também que esse modelo de vídeo guia acessível atingiu o objetivo de divulgar o conteúdo científico de forma clara, de estimular a participação e interação do público surdo nas atividades e, que a sua implementação em outros centros de ciência itinerante é uma estratégia de acessibilidade extremamente viável.
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Dra. Luciane Rangel Rodrigues (2023)
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O OLHAR DE CRIANÇAS OUVINTES SOBRE A EMPATIA COM O SUJEITO SURDO: CADERNO DE EXERCÍCIO E JOGO DIDÁTICO
Resumo: O presente trabalho objetivou a produção e validação de um jogo didático e de um
caderno de exercício com o tema “Empatia com surdos’, voltados especialmente para crianças ouvintes, com idades a partir dos 07 (sete) anos. A pesquisa está relacionada ao sujeito surdo, sua história, cultura, língua e diferenças no que diz respeito à alteridade desses sujeitos. Concentrou-se em analisar, nas redes sociais, o avanço dos surdos como influenciadores e ativistas, e seus seguidores entre jovens e adultos, principalmente ouvintes, que se interessam por fatos publicados sobre o cotidiano do povo surdo, bem como a concepção que eles
formam a partir de tais protagonistas. A reação de crianças ouvintes, muitas destas também influenciadoras digitais se tornou de fundamental importância durante toda a pesquisa. Foi analisado a fundo comentários feitos nos chats como feedbacks às informações e relatos apresentados em tais espaços sociais. Ao final, resultados obtidos através de pesquisas em fontes midiáticas como instagram, facebook, e youtube foram determinantes para o desenvolvimento do material produzido, de forma que podemos considerá-los adequados ao ensino aprendizagem do conteúdo abordado. O jogo, contendo 100 (cem) perguntas relacionada à cultura surda e o cotidiano dos surdos, além de um caderno de exercício sobre empatia, para as crianças ouvintes a partir de 07 (sete) anos, foi analisado por um grupo de atuais e futuros pedagogos, surdos e ouvintes, num total de 18 (dezoito) participantes que, diante de sua experiência e formação específicos, os considerou como lúdicos, didáticos e essenciais para que desde cedo tais crianças desenvolvam o desejo de conhecer a cultura surda e, de forma empática, multiplicar essas informações, tornando a sociedade brasileira mais
inclusiva para os surdos .
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Dra. Ana Lucia Simões dos Santos Martins. (2023)
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DIÁLOGOS ENTRE A CIÊNCIA E A VIVÊNCIA: PELA POESIA E PARA O AUTISMO
Resumo: As Ciências e as Tecnologias têm contribuído significativamente para a transformação das práticas sociais. Novos recursos tecnológicos tiveram incremento na utilização, com a pandemia da Covid-19, em aspectos da educação, do trabalho e demais relações sociais. A cultura de aprendizagem ao longo da vida está cada vez mais presente e busca o fomento de novas oportunidades para os grupos vulneráveis, mas é preciso compreender a singularidade de cada indivíduo, as diferentes formas de se comunicar, de interagir e de aprender. Pessoas adultas com Transtorno do Espectro Autista apresentam diferentes características comportamentais, possíveis dificuldades e habilidades que coexistem e perduram por toda a vida e interferem nas relações sociais. Assim, a presente pesquisa objetivou desenvolver um modelo de aprendizagem para adultos autistas, com vistas ao efetivo incremento à cultura de aprendizagem ao longo da vida, no contexto das relações sociais contemporâneas. Os objetivos específicos abarcaram caracterizar o Transtorno do Espectro Autista com alinhamento para o aspecto da comunicação social nos critérios diagnósticos; identificar os desenhos de aprendizagem e teorias que dão aportes à aprendizagem ao longo da vida de indivíduos adultos; e constatar aspectos peculiares inerentes a tecnologia e a comunicação para o processo de aprendizagem do indivíduo com TEA, na fase adulta. Para isso, adotou-se uma ampla revisão bibliográfica sobre o TEA, a educação de adultos, a aplicação da tecnologia nos desenhos de aprendizagem de adultos e ainda a aprendizagem ao longo da vida. Desenvolveu-se um desenho metodológico, denominado Desenho da Pesquisa, que compreendeu três seções, a saber: Seção Ciência que abarcou a busca pelas evidências científicas; a Seção Vivência, que resgatou as produções artísticas da pesquisadora e a Seção Diálogos entre Ciência e Vivência, que gerou a discussão entre as duas primeiras seções. Os resultados evidenciaram: os reais efeitos dos sintomas diagnósticos do TEA que, independentemente de inteligência, mantêm-se por toda a vida e interferem de diferentes modos no funcionamento diário dos adultos autistas; o mérito das estratégias construídas pelo autista, a partir de suas dificuldades e potencialidades, a fim de conseguir lidar com o novo, com as relações sociais, com o aprender; o processo, o ‘como fazer’, identificado como o elemento mais crítico, mais dificultoso, e talvez mais apavorante para o indivíduo autista, ao se pensar em uma nova iniciativa de aprendizagem; o uso de interesses especiais, padrões explícitos e estilos de aprendizagem no processo de aprendizagem com adultos autistas, aspectos esses que se alinham aos princípios da andragogia. Assim, o questionamento da pesquisa foi positivamente respondido com evidências que alinham a tecnologia e a comunicação em processos de aprendizagem. Os resultados confirmaram a hipótese de que adultos com TEA buscam em suas iniciativas de aprendizagem o encaixe pleno entre a tecnologia, as suas estratégias e a sua própria forma de se comunicar. A pesquisa se justificou pela essencialidade em se integrar dados já científicos às vivências de adultos autistas pesquisadores de TEA, entendido o elevado conhecimento destes na área, bem como suas próprias formas de comunicação. Por fim, com o alcance dos objetivos específicos, o objetivo geral foi atingido com a criação do Sistema FICAA para complementar toda e qualquer iniciativa de aprendizagem alinhando-a às especificidades e formas de comunicação do público-alvo. Almeja-se que o Sistema FICAA e seus fundamentos sejam aplicados nas culturas de todo o mundo e que possam gerar evidências científicas e vivências autistas que alimentem um diálogo constante sobre o autismo, em ciência, verso e prosa, ou pela poesia de cada indivíduo autista
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Dra. Flavia Varriol de Freitas. (2023)
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ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO: SUBSÍDIOS PARA O CÁLCULO DO CUSTO DO PÚBLICO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NA EDUCAÇÃO BÁSICA E NO ENSINO SUPERIOR
Resumo: Esta pesquisa vincula-se ao Grupo de Pesquisa do CNPQ “Produção de materiais didáticos acessíveis para alunos com deficiência em contextos formais e informais de educação”. Atende ao item 4.10 da meta 4 do Plano Nacional de Educação (PNE) que propõe a fomentação de pesquisas voltadas para o desenvolvimento de metodologias, material didático, equipamentos e recursos de tecnologia assistiva, com vistas à promoção do ensino e da aprendizagem, bem como das condições de acessibilidade dos (as) estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. Tem como objetivo criar subsídios teóricos para o cálculo do custo do público da educação especial no ensino básico e no ensino superior, de modo a assegurar os recursos iniciais necessários que garantam a educação de qualidade para esses alunos. É uma pesquisa que se adequa na metodologia qualitativa. Quanto aos métodos, utilizou-se o estudo bibliográfico de cunho acadêmico científico e de investigação documental e o estudo de caso realizado em escolas de ensino básico do município de Rio Bonito e, no âmbito do ensino superior, na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Para coleta de dados, adotou-se a entrevista semiestruturada com gestores, professores e alunos. O método de análise de conteúdo foi aplicado para tratamento dos dados, como proposto por Bardin (2011). Como resultado, categorizou-se os recursos pedagógicos, humanos e de tecnologia assistiva iniciais que são necessários para atender a um estudante com deficiência no ambiente educacional desde a educação infantil à educação superior. Espera-se que esse estudo possa nortear a comunidade científica e acadêmica bem como, oferecer aos gestores e equipes técnicas perspectivas basilares para o uso e gerenciamento de verbas, que são repassadas com o objetivo de contribuir para a melhoria do atendimento ao público da educação especial, e que por vezes necessita de apoio para o uso adequado.
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Dra. Sandra Regina Barbosa.
(2023)
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UM MODELO EPISTEMOLÓGICO PARA MEDIAÇÃO EDUCACIONAL: ABORDAGEM SÓCIO-HISTÓRICA E TEORIAS DA FUNCIONALIDADE HUMANA
Resumo: Atualmente o termo “mediador” no contexto escolar, cuja origem nos meios jurídicos na década de 1970, mudou muito quanto aos objetivos de sua atuação. Inicialmente constituído como um instrumento de gestão na questão social, passa agora a ocupar o lugar de outros profissionais, com base na Lei Brasileira de Inclusão (2015). A atuação hoje está voltada para a questão do apoio escolar, no contexto de ensino aprendizagem de alunos, público da Educação Especial, mas na prática, o que se percebe nas avaliações é a ausência de fundamentos teóricos que identifiquem potencialidades e que possam realmente auxiliar o aluno. O estudo teve como objetivo principal construir um modelo epistemológico de mediação educacional com base nos pressupostos da teoria sócio-histórica e fundamentos da funcionalidade humana. A metodologia da pesquisa-ação, caracterizada pela colaboração, na abordagem qualitativa norteou o trabalho que foi realizado no Instituto Superior de Educação do Estado do Rio de Janeiro (ISERJ). Através de encontros dialógicos com professores e licenciandos em Pedagogia, foram apresentados e discutidos os estudos e teorias que fundamentaram a pesquisa na criação do modelo de mediação educacional baseado em três perspectivas, simbolicamente representadas na figura triangular, ou seja, na teoria sócio-histórica de Lev Vygotsky, nas ferramentas biopsicossociais, com a Escala de Intensidade de Suporte Versão Infantil (SIS-C) da AAIDD e a Classificação de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde da Criança e Jovem (CIF-CJ) da OMS, e como terceira vertente, os estudos realizados no Laboratório de Didática e pedagogia Especial da Universidade de Roma “Foro Itálico” (UNIRoma/IT), sobre a didática como ciência da mediação e seus processos mediadores. A realização do “doutorado sanduíche” na UNIRoma/IT, ocorrido no primeiro semestre de 2022, contou com a colaboração do Grupo Internacional Interdisciplinar de Educação e Inclusão (GIEI), nas discussões e iniciativas para o acordo de mobilidade acadêmica estabelecido entre a UFF e a UNIRoma. Como parte da pesquisa foi realizado um levantamento através de fontes documentais dos editais dos concursos públicos, na área da educação, nos municípios do Rio de Janeiro a partir de 2016 com o objetivo de analisar os critérios de seleção à função do profissional de apoio escolar no trabalho junto aos alunos da educação especial, matriculados nas escolas comuns do Ensino Básico. Com base nos dados coletados, observamos que tanto as nomenclaturas descritas para a função, como a formação mínima exigida, estão em divergência com a legislação vigente. Apesar de alguns municípios ofereceram um número razoável de vagas, 95% dos editais não atendem aos critérios estabelecidos na LBI/2015 e demais leis. Os dados coletados através dos questionários aplicados aos participantes da pesquisa, foram analisados utilizando-se a análise temática de conteúdo de Bardin (2011). Ficou evidente que todos os participantes reconhecem a importância da mediação no processo de ensino-aprendizagem dos alunos da educação especial; que possuem um conhecimento básico sobre as teorias sócio-históricas; mas, a ausência de conhecimento prévio sobre as ferramentas biopsicossociais indicou uma possível lacuna na disseminação e uso dessas ferramentas no ambiente educacional. Tornou-se visível que certos temas eram desconhecidos para a maioria dos participantes, no entanto, as discussões e reflexões não apenas estimularam a compreensão do grupo, como também estabeleceram uma base para a contínua exploração e aplicação desse modelo em contextos educacionais, como revelam os dados analisados.
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Dra. Luciana Tavares Perdigão.
(2023)
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CONTEÚDOS AUDIOVISUAIS ACESSÍVEIS NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: a audiodescrição didática como pós-produção
Resumo: A educação a distância possibilita explorar variados recursos audiovisuais no processo de ensino-aprendizagem. No entanto, é necessário que o formato e o conteúdo desses recursos sejam acessíveis para atender à diversidade dos alunos. Tecnologias assistivas como a audiodescrição são fundamentais para produção de sentido aos alunos com deficiência visual ou com outras necessidades e perfis de aprendizagem. O objetivo desta tese é apresentar uma metodologia para elaboração de audiodescrição didática como pós-produção, para conteúdos audiovisuais compartilhados em canais de streaming e utilizados nos ambientes virtuais da EAD. A hipótese partiu do pressuposto que o próprio professor, a partir de uma formação e com o apoio de uma equipe multidisciplinar, poderia desenvolver esse recurso de acessibilidade e disponibilizar, na sua sala de aula virtual, em diversos formatos. Considerou-se ainda a necessidade do envolvimento de uma pessoa com deficiência visual em todo o processo para garantia da qualidade do produto final. A partir do método de pesquisa participante, foram elaborados instrumentos organizados como um curso EAD para formação de professores. Fundamentada nos estudos da Tradução audiovisual acessível, Tradução intersemiótica, Semiótica social e Multimodalidade, contou com a participação das equipes pedagógica, de produção, de tradução audiovisual acessível e cursistas. Identificou-se como resultado que a integração das abordagens teóricas com a pesquisa participante contribuiu para o desenvolvimento de uma metodologia de produção de audiodescrição didática como pós-produção. Entretanto, a formação para o uso dessa metodologia no formato de uma disciplina de 30 horas não é suficiente, mesmo para professores com conhecimentos prévios em audiodescrição. A conclusão aponta para a utilidade dos instrumentos e a possibilidade de compartilhamento da metodologia além das vantagens de o professor conhecer o processo de produção dessa tecnologia assistiva. Mas ressalta o problema da sobrecarga de responsabilidades do professor e a necessidade do apoio de uma equipe técnica para esse tipo de produção. Evidencia a urgência de ampliar as discussões sobre inclusão na EAD, de forma que a acessibilidade esteja presente desde o planejamento didático dos cursos.
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Dra. Karine Serpa Franco.(2023)
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GÊNERO E ALTAS HABILIDADES OU SUPERDOTAÇÃO: CONCEPÇÕES SOCIOCULTURAIS À LUZ DA IDENTIFICAÇÃO
Resumo: INTRODUÇÃO: A compreensão do fenômeno de altas habilidades ou superdotação no âmbito educacional é complexa, influenciada por fatores ambientais, principalmente do contexto social e histórico, além dos traços de personalidade. E se torna mais desafiadora quando associada às questões de gênero, enviesadas por desigualdades, mitos e estereótipos. A identificação de
meninas/adolescentes com comportamento superdotado no espaço escolar apresenta barreiras significativas que prejudicam a manifestação e o desenvolvimento de suas potencialidades. OBJETIVOS: A pesquisa propõe analisar a influência da concepção sociocultural e educacional do(a) professor(a) na (sub) identificação de estudantes do gênero feminino com comportamento superdotado, regularmente matriculadas na rede municipal de educação de Niterói. MÉTODOS: Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, com complementação quantitativa. Os sujeitos da pesquisa são professores(as) de salas de recursos, de apoio educacional especializado, regentes e de especialistas de área, os quais indicaram crianças/estudantes com comportamento superdotado. As formas de intervenção, de coleta e análise de dados foram: I – Mapeamento dos(as) estudantes indicados com AHSD; II – Entrevista semiestruturada com os(as) docentes; III – Preenchimento de formulário com critérios de observação de características identificadas em crianças/estudantes; IV – Encontros formativos nas unidades escolares. A metodologia de análise de dados envolveu o pré-processamento dos dados, tratando valores ausentes e atípicos. Em seguida, aplicamos análise descritiva e testes para avaliar diferenças entre grupos de meninos e meninas, com interpretação dos resultados. Tabelas e gráficos no Excel auxiliaram na apresentação dos dados. RESULTADOS: O mapeamento de estudantes com AHSD na rede municipal de Niterói apontou 96 educandos acompanhados pela Coordenação de Educação Especial, sendo que apenas 16 são do gênero feminino. Em se tratando do perfil dos participantes da pesquisa, o município possui no seu quadro efetivo, um predomínio de professores com vasta experiência em educação e com formação acadêmica em nível de pós-graduação. Porém a formação inicial e continuada em AHSD mostrou-se deficitária, causando prejuízos na percepção dos professores, desde o processo de identificação de estudantes com comportamento superdotado até a proposição de enriquecimento curricular, reforçados e reproduzidos por mitos e estereótipos de gênero. CONCLUSÕES: Nesse sentido, pode-se considerar que as concepções socioculturais dos(as) professores(as) influenciam na sub identificação de meninas/adolescentes com comportamento superdotado, a partir de percepções equivocadas, crenças, valores e mitos relativos às características de AHSD e a relação com o gênero. Outro aspecto que interfere na identificação dessas estudantes, seria uma formação inicial e continuada deficitária que tende a reforçar e a reproduzir diferenças de oportunidades no desenvolvimento de potencialidades.
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Dra. Luciana da Silva Goudinho (2023)

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UM MODELO PEDAGÓGICO INCLUSIVO PARA O USO DO PENSAMENTO COMPUTACIONAL PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA DO ENSINO FUNDAMENTAL
Resumo: Resolver problemas de forma prática e aplicável em situações variáveis é a base do Pensamento Computacional que surge como ferramenta para desenvolver potencialidades que vão além do manuseio dos aparatos digitais. A realidade das escolas públicas não oferece o suporte tecnológico adequado, para isso podemos utilizar uma abordagem desplugada, através da utilização de materiais de baixo custo para iniciar os alunos no universo da computação, contudo um passo anterior é munir os profissionais que atuam com o Atendimento Educacional Especializado do conhecimento básico sobre o Pensamento computacional. Assim lançamos como questão de pesquisa o seguinte: como o professor pode trabalhar os quatro pilares do Pensamento Computacional por meio de atividades desplugadas junto a alunos com deficiência auditiva? O objetivo geral da pesquisa é construir um modelo pedagógico inclusivo com práticas desplugadas do Pensamento Computacional para a formação de professores que atuem com alunos com deficiência auditiva. Propomos como processo metodológico uma investigação qualitativa, de averiguação empírica, com as seguintes etapas: realização de uma revisão narrativa da literatura e um mapeamento para verificar as dificuldades encontradas no atendimento pedagógico especializado para os alunos com deficiência auditiva; o planejamento e aplicação de atividades desplugadas em formato de oficina com alunos de uma escola pública do município de Niterói; e por fim a elaboração de um modelo pedagógico para auxiliar no processo de formação continuada dos professores do Atendimento Educacional Especializado, com base nas formações oferecidas durante a pesquisa, e dados obtidos a partir do feedback dos participantes. De acordo com os resultados identificados a partir dos dados coletados nas revisões narrativas sobre as bases biológicas da surdez identificamos as potencialidades dos indivíduos com deficiência auditiva; com base no mapeamento foi possível elencar as necessidades, bem como traçar o perfil dos profissionais e dos alunos, para organizarmos a elaboração de atividades voltadas para esse público; as atividades planejadas e aplicadas foram organizadas no formato de Ebook e traduzidas para língua brasileira de sinais e depois passaram por um processo de validação; as atividades aplicadas na oficina foram registradas e analisadas para que pudéssemos entender como os alunos processaram as resoluções de problemas e obtivemos um algoritmo, ou seja, uma metodologia que pode ser utilizada na formação de professores. A partir desta pesquisa alcançamos o nosso objetivo que foi construir um modelo pedagógico inclusivo com práticas desplugadas do Pensamento Computacional para a formação de professores que atuam junto a alunos com deficiência auditiva. E entendemos que devemos lançar mão das estratégias educacionais que estiveram ao nosso alcance para auxiliar os alunos a ultrapassar as barreiras tecnológicas, atitudinais e comunicacionais. Esperamos que o conjunto de resultados aqui apresentados sirva como ferramenta de mudança no fazer pedagógico e na dinâmica das salas de aulas, de modo que professores formadores e em formação iniciem o movimento de inclusão de todos os alunos no universo da Computação.
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Dra. Andreza de Oliveira de Cavalho
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A INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: NORMAS, DISCURSOS E PRÁTICAS
Resumo: Nesta tese, buscou-se compreender como os estudantes de graduação com deficiência são impactados e ao mesmo tempo impactam as normas, os discursos e as práticas inclusivas de uma universidade pública brasileira, a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Apoiamo-nos na abordagem do Ciclo de Políticas, formulada pelo sociólogo inglês Stephen J. Ball e colaboradores, como um referencial tanto teórico quanto analítico, para compreender os contextos das políticas educacionais voltadas à inclusão de pessoas com deficiência no ensino superior público brasileiro. É uma pesquisa de metodologia qualitativa, com análise bibliográfica e documental de dissertações, teses, leis, decretos e portarias, assim como um estudo de caso, que utilizou como métodos de coleta de dados a observação de campo e as entrevistas semiestruturadas. Tendo a UNIRIO como espaço de investigação, o que se identificou, principalmente, foi que existe um descompasso entre o Contexto da Produção do texto e o Contexto da Prática que indica a necessidade do fortalecimento e da reorganização da política institucional inclusiva na UNIRIO, pois, apesar da previsão de estratégias de ação nos documentos institucionais, a forma como estão sendo efetivadas não garante de fato um avanço na garantia da inclusão do estudante com deficiência. Ressalta-se a necessidade do enfrentamento de uma concepção da “experiência da deficiência” como limitante e impeditiva ao sujeito, que se materializa em situação de desigualdade e exclusão para os sujeitos com deficiência. Nesse sentido, destacase que é preciso, ouvir, de fato, as vozes dos estudantes com deficiência, num efetivo diálogo, no sentido da educação emancipadora de viés freiriano. Diálogo que permitirá não só o “entendimento/atendimento” das necessidades dos estudantes, mas que possibilitará, num processo simultâneo de reconhecimento e empoderamento, a desconstrução, de fato, das barreiras que apenas os referidos estudantes são capazes de identificar com precisão, uma vez que é sobre eles e elas que tais barreiras se impõem. Isso, abrirá o caminho para o fortalecimento do respeito às diferenças, para o reconhecimento das especificidades humanas e reforçará qualquer política educacional inclusiva que já está em curso, não somente a da UNIRIO. Deseja-se que as discussões aqui levantadas possam contribuir com a área da educação inclusiva, dentro e fora do contexto investigado, principalmente, para a reflexão sobre as práticas universitárias frente aos estudantes com deficiência.
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